Durante a consagração, um menino não parava de chorar, de tal sorte que seu pai teve que sair com ele da Igreja para saber o que acontecia. "Mas papai, o senhor não ouviu o que ele disse?" "O que foi, meu filho?" "Ele está morrendo!" "Quem?" "Jesus." "Como assim?" "Ele disse: Isso é meu Corpo, é meu sangue derramado por vocês..." O problema é que nos acostumamos! Acostumamos com a beleza do mar, com o azul do céu, com o sorriso inocente de uma criança, com o carinho de nossas mães, com a familia reunida ao redor da mesa. Acostumamo-nos com a Palavra de Deus. Quantas vezes enquanto ela é proclamada na missa, estamos com a mente longe. Cantamos sem perceber o que dizemos. Participamos da missa com o corpo presente enquanto nosso coração está longe, muitas vezes longe de Deus. Recebemos a Eucaristia mecanicamente. Perdemos a capacidade de nos maravilhar, reduzindo à rotina o que deveria ser razão de nossa alegria. E aí vem Jesus, na grande catequese eucarística, nos dizer: "O pão que vos darei é a minha carne para a vida do mundo" (Jo 6,51). Ao se fazer um de nós, o Verbo Eterno, segunda Pessoa da Santíssima Trindade, assumindo nossa natureza humana, se fez homem. Jesus, rosto divino do homem e rosto humano de Deus, como dizia o Beato João Paulo II,quis permanecer entre nós após sua ascensão, na imagem mais comum do ser humano. Ao redor de uma mesa partilhamos já na terra o Pão do Céu. Uma imagem concreta em que Deus revela seu desejo de salvar o homem todo, corpo e alma que formam a unidade. É significativo que, em nossa língua, as palavras "salvação" e "saúde" tenham a mesma origem latina: salus.
Em Denver, Colorado, nos Estados Unidos, celebrou-se a Jornada Mundial da Juventude em 1993, cujo tema proposto pelo Santo Padre foi: "Eu vim para que todos tenham vida e a tenham plenamente." O texto do hino cantado pela multidão de jovens dizia exatamente isso: Nós somos um corpo, o Corpo de Cristo, nós não estamos sós. Ele veio para que tenhamos vida... Quando você come meu Corpo e bebe meu Sangue eu viverei em você e você viverá em meu amor. Agora, diante daquela natureza imponente, não era mais possível àqueles jovens deixar de contemplar, na exuberância da natureza, a Mão de Deus. Não lhes era mais possível deixar de ver na simplicidade aparente do Pão Eucarístico o próprio Deus, que se fez alimento dos que são neste mundo peregrinos rumo ao céu.
Que neste domingo, dedicado aos nosso queridos catequistas, peçamos ao Senhor por todos eles que, com seu testemunho e seu ministério, nos ajudam já na terra a experimentar as coisas do céu: Ó Senhor, a quem iríamos nós? Só tu tens palavras de vida eterna.
Nenhum comentário:
Postar um comentário