No Evangelho de hoje, Jesus convida os discípulos à oração silenciosa, para que Deus fale a seus corações. Em meio ao burburinho e a sempre presente tentação do ativismo que, não raro, desemboca numa atitude vazia e por vezes contraditória, o homem de Deus encontra na oração a fonte para um apostolado fecundo.
Conta-se que, certa vez, uma jovem religiosa, diante de tantas ocupações junto aos doentes e sofredores, questionou Madre Teresa acerca das três horas diárias que as religiosas de sua comunidade passavam na capela. Após refletir em oração, ela achou por bem aumentar de 3 para 4 horas diárias, o tempo que passavam na capela, em cujo sacrário se lia uma única palavra em latim: "sitio", tenho sede!
Os grandes santos sempre encontraram na oração a fonte de sua missão. São Francisco frequentemente recolhia-se a um eremitério próximo de Assis, e no Monte Alverne, permanecia por longas temporadas no mais profundo silêncio. João Paulo II, o Papa peregrino, que em seus 26 anos de pontificado, como nenhum de seus antecessores, foi ao encontro do Povo de Deus em suas incansáveis viagens apostólicas, encontrava forças para seu ministério na profunda intimidade da oração pessoal, quase mística.
Uma das imagens que mais me impressionaram nas Jornadas foi sempre a presença dos jovens em atitude de adoração. Em Denver, era marcante o silêncio dos jovens diante do Santíssimo Sacramento com seus cantos e preces. Em Toronto, em meio a inúmeros eventos no Exibition Center, com shows de música Gospel e peças com temas religiosos, era edificante a atitude de silêncio que centenas de jovens protagonizavam. Ao longo da noite da grande Vigília, as capelas de adoração mostravam-nos o termômetro da juventude do Papa, da juventude de Cristo que, como aos Apóstolos, continuava chamando os jovens ao silêncio é à escuta interior na contemplação.
*Ativismo: Atitude moral que insiste mais nas necessidades da vida e da acção que nos princípios teóricos.
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