Primeiro foi à Santiago de
Compostela, depois à Roma, de onde seguiu para Jerusalém e voltou novamente para
Roma. Mas, aconteceu algo que o reconduz à Piacenza. Dizia ter recebido um aviso
divino de que deveria retornar e cuidar dos pobres de sua cidade. E alí
imediatamente iniciou a sua obra.
Raimundo passou a cuidar dos
doentes e moribundos, num tempo em que não existia assistência aos necessitados.
Fundou uma espécie de hospedaria-albergue onde tratava a todos com dedicação e
dignidade, enxergando em cada um deles a face de Cristo. Como não tinha muitas
posses, se tornou esmoler, para manter suas obras. Freqüentava todos os dias as
igrejas, pregava pelas ruas e fazia procissões com seus pobres, solicitando a
caridade das pessoas. Logo ele passou a abrigar também as crianças abandonadas,
que se tornaram a grande razão de sua vida.
Além de dar abrigo e cuidado,
afeto e carinho, ele catequizava à todos, na doutrina cristã. Era um simples
leigo, tinha pouca instrução, mas possuía o dom da sabedoria e pregava com
autoridade. Por isto, ele tomou a iniciativa de advertir publicamente o próprio
Bispo, que não se posicionava com firmeza frente aos problemas da cidade. Na
época, Piacenza e Cremona, passavam por constantes lutas, resultando em mortos
inocentes. Servindo de mediador, Raimundo conseguiu solucionar o
conflito.
Tornou-se o protetor dos
pobres e das vítimas dos abusos de todos os gêneros, que ele mesmo acompanhava
aos tribunais defendendo-os na frente dos juízes insensíveis e prepotentes. As
autoridades do governo, por fim, passaram a consulta-lo em todas as questões que
envolviam os pobres.
Ele faleceu, no dia 27 de
julho de 1200, entre seus pobres e exortando ao filho Geraldo, que se tornasse
sacerdote, o que de fato ocorreu, pouco tempo depois. Com fama de santidade em
vida, foi sepultado próximo à Capela dos Doze Apóstolos. Logo as notícias de
graças e prodígios se espalharam pela região e a casa dos seus pobres, passou a
ser chamada de Hospedaria de São Raimundo Zanfogni. Mas ele só foi canonizado em
1602, pelo Papa Clemente VIII, que designou dia de sua morte, para a celebração
litúrgica.
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